Um turbilhão de sentimentos...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Parece que basta ler o resultado do exame pra explodir uma bomba de hormônios dentro de você, fato que me fez acreditar por alguns segundos que minha gravidez era psicológica! Aí você percebe que nostalgia é uma palavra que se faz cada vez mais presente no seu vocabulário, de repente você começa a sentir uma falta inexplicável de tudo aquilo que você nunca mais vai ter de volta, e as lágrimas são inevitáveis... não havia uma pessoa sequer que eu tenha contado que estava grávida sem me debulhar em lágrimas depois, nem que fosse escondida no banheiro (sim, eu me faço de durona, DETESTO chorar na frente de qualquer pessoa que seja).
É um turbilhão de sentimentos, é a vida virando de pernas pro ar, é você começando a comer feito uma loba, é a primeira consulta do pré-natal, são as primeiras roupinhas... enfim, é tudo aquilo que você não programava pra acontecer nem tão cedo na sua vida!
Contar para a família foi o primeiro obstáculo vencido, afinal de contas, eu já tinha 22 anos, já estava formada, trabalhando e com estrutura física(não tenho mais 15 anos!) e financeira pra bancar uma criança, mas a tal da estrutura psicológica era o que me faltava!
E não deixa de ser uma fase de aprendizado, aprendi que desejo de grávida é tudo balela, não passa de desculpa pra se entopir de porcaria - pelo menos no meu caso, não tive desejo nenhum, exceto por pedrinhas de gelo(!).
Começei a ser uma leitora assídua de sites de bebê(http://www.linkdobebe.com.br), daqueles que mostram o desenvolvimento semana a semana e me maravilhava quando lia "nessa semana, os dedinhos estão se formando", devorava livros e revistas a esse respeito...
E vem o primeiro ultrassom, a primeira emoção, a primeira vez que você tem a noção da magnitude do que está acontecendo e a prova irrefutável da existência de Deus... ter outro ser humano se desenvolvendo a todo vapor dentro do seu ventre é algo humanamente inexplicável, coisa de Deus mesmo! Ainda não tinha digerido bem a idéia de ser mãe, ainda chorava todas as noites antes de dormir e ainda era consolada pela minha ainda mãe, digo AINDA mãe, porque uma das coisas mais assustadoras é perceber que você vai deixar de ser filha pra ser mãe, que sua mãe vai deixar de ser sua mãe pra ser a vovó coruja da sua filha.
Os meses vão passando, e com eles vem a ansiedade de saber o sexo, menino ou menina??? Eis a questão e o motivo de uma eterna discordância entre eu e meu namorado. Ele queria Julia, eu queria Amanda, ele odiava Amanda, e eu detestava Julia... todos os nomes que ele gostava não eram do meu agrado, e vice versa, até que um dia, falando todos os nomes que vinham à cabeça, de A a Z, paramos no Isabella e de repente olhamos um pro outro e falamos ao mesmo tempo "gosto desse nome!", pronto, nome escolhido, uma coisa a menos! Agora bastava descobrir se era menina mesmo!
Nunca vou me esquecer do dia dos namorados de 2006, não pelo fato de não ter ganhado nada, mas sim por ter feito o ultrassom morfológico e de repende, no meio daquele monte de imagens abstratas, ouvir a médica dizer "olha a xoxota aqui, é uma menina". Nossa, foi uma emoção inexplicável, parecia que tinha ganhado na mega-sena, já começei a pensar nos vestidinhos, lacinhos, sapatinhos, bonequinhas e em todos os frufrus que iria comprar.... acho que aí sim, começei a aceitar a idéia de ser mãe, começei a comprar as coisinhas do enxoval, que DELÍCIA que é comprar o enxoval, certamente, uma das melhores coisas da gravidez! Mas os tais hormônios da gravidez não me deixavam em paz, a toda hora achava um motivo para chorar, o mais forte deles, era o fato de não ter meu namorado o tempo todo ao meu lado pra acompanhar a gravidez, era pensar que não iríamos criar a Isabella juntos e, como se não bastasse, tinha que segurar a barra da depressão dele!
Quando me dei por mim, já estava no meio da gravidez, me sentia um ser mutante, já não era mais nem sombra do que era há pouquíssimos meses atrás: cabelos desbotados, roupas perdidas, nada de sair à noite e muitos, muitos quilinhos a mais! Logo eu, que era uma anoréxica em potencial, tive que aceitar a idéia de que engordar pelo menos 10kg era inevitável. Também não deixei por menos, engordei vergonhosos 23kg!
Antes de me chamar de draga ou de baleia, leve em consideração que o apetite durante a gravidez é algo avassalador, sentia meu estômago roncar a cada meia hora, parecia que tinha um buraco nele, a comida simplesmente não parava lá!
O último trismestre é terrível, carregava comigo a ansiedade, o cansaço, a falta de ar e os 23kg a mais. A Isabella me chutava cada vez mais forte, chegava a imaginar que mesmo sem me conhecer, ela já não gostava de mim. Depois de 37 longas semanas, sentia que a Isabella podia sair a qualquer momento, parei de trabalhar e ficava em casa o dia todo sem fazer nada, a não ser se entopir de comida e esperar chegar o momento de morrer de dor, era desanimador... meu único (e delicioso) passatempo, era comprar o faltava do enxoval, dividia essa tarefa com a minha mãe, que a realizava com uma empolgação que dava gosto!
Já não tinha mais posição pra dormir, então dormia sentada, chorando de dor nas costas, de cãimbras nas pernas... chorando porque estava parecendo um elefante, chorando porque tinha a impressão de que estava tendo uma gravidez de elefante(demora 2 anos), o tempo simplesmente não passava e a cada instante se tornava mais insuportável ouvir falarem "Nossa, ainda não nasceu???", "Quando que vai nascer?".
A DPP(data prevista do parto) passou e nada... e o que aconteceu depois, é história pra ser contada outro dia! ;-)

1 comentaram aqui...:

Lelê do Nino disse...

E não emagrecia de tanto chorar não?!? Poxa, agora caiu por terra toda a teoria de que chorar emagrece... hauhauha
Comprar as coisinhas deve ser uma delícia mesmo, acho q se tiver uma filha, ela vai parecer uma árvore de natal!! hauhaua
E qdo vai ter dnovo?? Quero ler mais!! hauhauha

Beijos querida!! ;)