Nasce um bebê, e também uma mãe!

terça-feira, 26 de junho de 2007

Quando nasce um bebê, nasce também uma mãe. Eu que desconhecia tudo a respeito de cuidados com bebês, provei a sensação de ter recebido um dom divino, eu tinha nascido novamente, na forma de mãe, com habilidades que na minha outra vida, jamais teria! Trocar fraldas, trocar roupinhas, pegar no colo segurando o pescocinho molinho... tudo isso que me era estranho, mas agora, nessa vida, era algo corriqueiro! Ser mãe é algo inexplicável, que transcende o entendimento humano. É ver a natureza agindo a seu favor, para cuidar da sua cria. Assim que cheguei no quarto, a enfermeira me ensinou a amamentar, nem precisava, eu e a Isabella já estávamos em perfeita sintonia! Minha família toda estava ali, quase explodindo de tanta alegria, me contando os detalhes, me mostrando as fotos... e eu, pobre de mim, não podia nem sequer falar(falar dá gases nessa situação). A madrugada chegou e o efeito da anestesia foi passando e, com isso, vinha a dor insuportável que eu tanto temia. Definitivamente, a cesárea é uma aberração! O primeiro desafio do dia foi levantar da cama, todo e qualquer movimento que eu fazia, me causava uma dor enorme: andar, sentar, levantar, deitar... Enfim, a única coisa que eu poderia fazer que me isentava de qualquer dor, era respirar! Eu andava corcunda e em passos de formiga, minha barriga foi colada, não levei pontos, o que me causava a sensação de que se eu me esticasse, minha barriga iria se abrir. Pela primeira vez na vida, me senti uma inválida, não conseguia fazer absolutamente nada sem o auxílio da minha mãe ou da enfermeira, nem banho eu conseguia tomar sozinha, era algo que chegava a ser constrangedor. Falando em constrangedor, vale ressaltar o detalhe do absorvente pós-parto, que mais parecia um fraldão geriátrico, tinha que usar aquilo devido à hemorragia.
Quando me olhei no espelho, por um segundo, me perguntei quem era, o que era aquilo? Foi um choque enorme descobrir que aquela criatura com cara de Trakinas era eu, estava super inchada, da cabeça aos pés, literalmente! Chega a hora do almoço, mais um suplício no meu difícil dia: comer a gororoba do hospital, urgh!
Mas no meio de tantas dores e dificuldades, eu olhava para aquele pacotinho cor de rosa que estava numa caixa de acrílico ao lado da minha cama, e reconhecia que tudo aquilo valia muito a pena. Olhar para aquele bebê lindo (não, ela não nasceu com cara de joelho) era a coisa mais compensadora do mundo! Fui aprendendo o bê-a-bá da maternidade com a minha mãe, que foi uma mãe, no sentido pleno da palavra. Me acompanhou nas 3 noites em claro que passei no hospital, me ajudou em tudo! Sem ela eu não conseguiria segurar a onda, a Isabella resolveu trocar o dia pela noite, simplesmente chovara até o Sol raiar. Era uma situação complicada... quando ela dormia, eu a colocava no mini-berço e levava uns 5 minutos para me deitar na cama, de uma forma que me causasse menos dor. Era só eu deitar que a Isabella abria o berreiro, minha mãe corria para socorrê-la, enquanto eu passava longos minutos para conseguir me levantar da cama. Essa situação acontecia repetidas vezes ao longo da madrugada, e o motivo? A pobre Isabella não sabia sugar o leite direito, estava faminta! De repente, estava lá, eu e minha filha, eu aprendendo a amamentar, e ela aprendendo a sugar.
E assim passaram-se 3 dias no hospital, entre visitas e presentes, eu me olhava e via cair por água a baixo os meus planos de voltar a usar minhas roupas de antes da gravidez. Mais uma vez, ao contrário do que se vê nas novelas, eu não saí linda, magra e pronta pra outra do hospital! Minha barriga ainda estava inchada, parecia que ainda estava com uns 4 meses de gravidez, estava toda inchada, meu rosto estava desfigurado, passava dos 80kg, era desesperador!
Enfim, chegou o dia da alta médica, mas antes, tive que ir para a difícil tarefa de levar a Isabella para fazer o teste do pézinho. Enfia-se uma agulha grossa no calcanhar do bebê e espreme com bastante força, enquanto isso, eu tinha que segurar a Isabella, que se contorcia e chorava de tanta dor. Na verdade, eu não sabia em quem doía mais, em mim ou nela. Eu daria tudo pra poupar minha filha daquela dor, pela primeira vez na vida, me vi numa situação em que eu me dispunha a sentir dor no lugar de outra pessoa, o nome disso? Instinto materno!
Depois chegou a hora de ir embora, confesso que me deu um aperto no coração sair dalí, deixar para trás o lugar onde eu tinha vivido o melhor momento da minha vida, já tinha feito até amizade com as enfermeiras. Tirei várias fotos do quarto para guardar de lembrança daqueles três doces e doloridos dias.

PS.: Na foto, a Isabella assim que chegou do berçário!

3 comentaram aqui...:

Rafael Generic disse...

Meu, essa tua epopéia é muito emocionante.. mó legal ler tudo isso, dá uma noção mais real da coisa!

Parabéns Brina! Tudo de bom pra vc, pro Márcio e pra Isa!

=**

Adriana disse...

Nossa,realmente,sua mãe foi uma super mãe!
Agora se um dia eu ficar grávida vou ficar com mais medo ainda,rssssss,vc já viu uns partos na tv? É mtoooo dolorido só de olhar,agora lendo suas descrições,oh yeahhhh,nessas horas é q a gente mostra se temos fibra ou não!
Rs!!
Beijão!!!
ps: põe mais fotinhos =) é meigo!

Lelê do Nino disse...

Bri,
Realmente ser mãe deve ser algo mágico, cada momento inesquecível.
Fico com medo de engravidar até ouvindo td isso q vc conta, mas se vc diz q td vale a pena depois eu acredito né?!rs
Minha mãe conta q ela só pensava q logo td aquilo ia passar e ela ia ter nos braços o bb dela e só seriam as coisas boas dali em diante, acho q temos q ser bem fortes mesmo, tomara q eu tenha a força necessária para passar por td isso.

Beijos Amiga querida! Amoooo vcs! ;)