Padecendo no paraíso.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Antes de ser mãe, eu não me preocupava com a morte e tão pouco com a quantidade de anos que eu gostaria de viver, também não me preocupava tanto com a violência infantil, nem com a vasta quantidade de vacinas e seus preços absurdos.
A maternidade me transportou para um mundo onde preocupações que antes não faziam parte da minha vida, agora rondam meus pensamentos. Antes de mais nada, é bom ressaltar que tenho um pensamento um tanto quanto paranóico, trágico e caótico. Durante boa parte do dia, dedico meus pensamentos às variadas formas trágicas de morrer, sofrer acidentes e perder pessoas queridas. Se eu morrer, como minha filha vai ficar? Quem vai transmitir os mesmos valores e cuidar dela do mesmo jeito que eu? Mãe é insubstituível!
Sim, eu sofro um tanto com isso, vivo numa perturbação constante, mas nada demais. Esse é o preço que se paga por vivenciar o milagre da vida e dar à luz a um ser que te mostra que você nunca soube o que é amor de verdade na vida antes dele nascer. Depois que se é mãe, você se torna uma pessoa sedenta por informações que antes lhe eram inúteis, como: preço de vacinas, para quais doenças elas existem, violência infantil, pedofilia, doenças, distúrbios comportamentais, etc etc etc
Ufa, me cansa ser assim! Além do cansaço físico de me dividir em mãe, profissional, esposa e dona de casa, o cansaço mental é de matar! Se a Isabella espirra, já a imagino com uma pneumunia daquelas e corro pro consultório da pediatra, que como sempre, me diz que isso é coisa corriqueira, que toda criança passa, com aquele ar de "você não sabe de nada mesmo, sua neurótica".
Agora entendo aquela frase "ser màe é padecer no paraíso" no seu sentido mais pleno, porque a Isabella ainda nem fala, nem anda, e eu já morro de preocupação. E quando paro pra pensar nas noites que vou passar em claro quando ela for pra balada? Deus do céu, só de pensar eu passo mal! Só quando nos tornamos mães, que entendemos as nossas mães. Antes achava um exagero ela não dormir quando saía a noite, quando insistia pra eu comer mais, quando mandava eu levar um casaco quando ia sair... Minha filha tem 9 meses, e eu já insisti pra ela comer, já coloquei 4 casacos e me senti culpada por ela estar passando frio... Mãe é mãe, e mãe é tudo igual, só muda o endereço mesmo... sempre relutei em acreditar nessas frases clichê, mas dei o braço a torcer... é verdade!

4 comentaram aqui...:

João Feliciano disse...

Se eu fosse ministro de qualquer coisa eu poderia dizer: "Brina, relaxa e goza"!
Como ainda não me foi confiada nenhuma das pastas do executivo não posso dar conselhos psicológicos tão gabaritados.
Brina, de uma coisa você pode estar certa. Eu vou tentat estar por perto para te dizer quando você estiver se tornando uma mãe chata pra cassete!
Beijão,
e se cuida!

João Feliciano disse...

Mais uma vez vale lembrar:
Brina, impressionante como seu texto é agradável de se ler.
Parabéns.

Unknown disse...

Oi Brinaaaa... nunca escrevi um comentário, mas sempre leio seus textos e gosto muito... parabéns, vc escreve muito bem e obrigada por dividir suas experiências que por sinal são muito interessantes... mais uma vez parabéns pelos textos e pela filha linda que tem... Bjão... Jamile.

Renata disse...

Brinovisk...

Estou AMANDO os seus textos...Porque você não pensa em mandá-los para algum editor...São muitos bons!!!
Não é porque sou sua amiga que estou escrevendo isso...eles são bons mesmos!!!

Leio e fico pensando...e quando eu tiver o "meu maridinho" ou a "minha esposinha"...como ficarei???

Sei que você e o Márcio estão sendo ótimos pais para a Isabella...ela é uma menina de sorte!!!

Beijos...estou com saudades!!!