Ser mãe é.... hummm.... é....

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Ontem estava eu, meia noite, morta de cansaço porém, vendo TV. Não perco por nada o Mothern(vide link ao lado), um seriado que mostra a mais pura realidade das mamães dos dias atuais. Sempre senti uma certa dificuldade em expor o que é realmente ser mãe, o que muda quando seu filho vem ao mundo. Sempre me senti em dívida aqui com quem lê, porque parece que mil palavras são insuficientes.
Eu tento, tento, mas sempre sinto a sensação que não consegui explicar. No episódio de ontem, uma das motherns ia ganhar neném, e nunca vi algo tão real... fugia àquela coisa fake das novelas, parecia que eu estava me vendo alí, teve até a cena da enfermeira com o giletão na mão, rs.
Tudo muito real mesmo, mostrando a frustração dela ao perceber que não tinha se preparado tão bem quanto imaginava para o dia do parto, mostrando a irritação ao ver todo mundo tirando fotos naquele momento onde você está se sentindo visualmente péssima, mostrando ela assustada ao se olhar no espelho pela primeira vez depois do parto e percebendo que mesmo depois do bebê nascer, a barriga continua como se tivesse com uns 4 ou 5 meses de gestação. E por fim, um turbilhão de dúvidas e a imperícia de mãe de primeira viagem para cuidar do bebê assim que chega em casa.
Num certo momento, interrompeu o seriado pra mostrar o depoimento de uma mãe, falando sobre como se sentiu ao ser mãe... é algo mais ou menos assim: "Ser mãe é sentir que você deixa de ser o centro de seu mundo e esse centro passa a ser outra pessoa, que você nem conhece, que você nem sabe se vai ser legal e que depende totalmente de você. É uma sensação de perda de controle, pois você não é mais o centro do seu mundo, não sabe como vai ser daqui pra frente, tem que encarar o desconhecido. Você deixa de ter seu mundo de escolhas e passa a viver de acordo com o novo centro do seu mundo. Essa sensação de perda de controle e de encarar o desconhecido é o que dá medo". Gostei bastante dessa explicação, achei simples e consistente, mostra definitivamente o porquê de você mudar tanto por dentro quanto por fora. Aliás, falando em mudar por dentro e por fora, uma coisa que sempre ouço e me pergunto se é um elogio ou uma crítica: "Nossa, você está com uma cara de mãe!". À beira dos meus 24 anos, não sei se isso é uma forma sutil de dizer que estou com cara de velha ou um simples elogio à beleza da maternidade.

O tempo passa, o tempo voa...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

...e a Isabella vai me surpreendendo dia após dia, a frequência com que ela vai aprendendo as coisas é tão grande que às vezes me pego assustada por não saber, por exemplo, que ela já aprendeu alguma palavra nova. O ritmo dela é frenético e me sinto uma idosa ao lado dela, pergunto a Deus se tenho pique para acompanhar aquela pequena criatura de 1 aninho que parece ligada no 220V.
A Isabella já tem personalidade forte, já faz cara feia quando não gosta de algo ou não gosta de alguém, já sabe impor suas vontades - na maioria das vezes, de uma forma um tanto quanto agressiva, rs. Aprendeu a andar um dia desses e está se sentindo uma mini-mulher super independente, vai aonde quer! Da última vez que fomos ao shopping ela parou encantanda na vitrine de uma loja de brinquedos, na certa, um jeito sutil de dizer pra mamãe que queria aquela poltrona do Backyardigans que custava o olho da cara. Como ainda posso me dar ao luxo, fingi que não vi nada e continuamos o passeio, aliás, esse luxo vai acabar quando ela aprender definitivamente a falar.
Ah... essa idade é um barato, mas ao mesmo tempo, preocupante. É complicado pois, a linha entre o engraçadinho e o feio é muito tênue, difícil saber a hora de rir e a hora de brigar. Não gosto de podá-la, porém, quando me pego me imaginando no lugar daquelas mães que ficam malucas com suas filhas dando chilique se jogando no chão do supermercado, gritando desesperadamente porque querem um pacote de salgadinho ou um brinquedo, me dá até arrepio! Sempre tive horror a crianças assim, achava o cúmulo da falta de educação, e de pensar que posso queimar a língua de novo, ai ai...
Educar é a mais difícil arte, sim, em 1 ano de maternidade isso já ficou bem claro, morro de rir com as travessuras da Isabella, depois, morrendo de culpa, me pergunto se deveria. Tenho que aceitar o que a pediatra dela me falou na última consulta: "chegou a idade da birra" e ter disposição para correr atrás da Isabella feito uma boba, com a colher de sopinha na mão enquanto ela foge de mim dando risada.
Cada idade trás consigo suas próprias dificuldades e preocupações... e de pensar que quando ela era recém nascida eu torcia pro tempo passar rápido pra ela aprender a andar para dar menos trabalho... doce ilusão, filho é pra vida toda, aliás, é trabalho pra vida toda!